Na contramão dos 3.800% do novato SPK, o Bitcoin (BTC) recurva a US$ 104,5 mil (-2,8%) no início da tarde desta terça-feira (17). A queda do benchmark cripto sucedeu a notícia de uma reunião de emergência convocada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, relacionada ao acirramento dos ataques entre Israel e Irã.
Apesar da queda no curto prazo pela alta do petróleo e possível avanço da inflação, o Bitcoin pode se favorecer com o aumento do custo energético, segundo o investidor veterano Luke Gromen.
Além da reunião convocada por Trump, a retração do BTC dava sinais de precificação do FUD (medo incerteza e dúvida) pelo início da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) entre terça e quarta-feira (18), quando o colegiado de política monetária do Federal Reserve (Fed) decide pela manutenção ou não da atual taxa básica anual praticada pelo banco central dos Estados Unidos, entre 4,25% e 4,50%.
A decisão da autoridade monetária ocorre em um contexto pouco favorável a mercados associados ao risco, como o de criptomoedas. O que se relaciona com a valorização do petróleo nos últimos dias, em decorrência da intensificação dos conflitos entre Israel e Irã. Nesse caso, os bombardeios israelenses iniciados na última semana também atingiram refinarias iranianas, elevando o preço da commodity e, inclusive, pressionando os títulos do Tesouro dos EUA com a consequente perda de força do DXY, índice que mede a força do dólar americano.
No X, Luke Gromen apontou alguns catalisadores que podem favorecer a alta do Bitcoin em um eventual cenário de alta da inflação, decorrente do aumento de custo energético. Segundo ele, “sempre que o [ouro] físico for reavaliado para um grande múltiplo do petróleo, os preços da energia em moeda fiduciária dispararão, elevando muito mais o preço do ouro em moeda fiduciária”.
Quando os preços da energia em moeda fiduciária dispararem, o preço do BTC também disparará em moeda fiduciária. E a relação estoque-fluxo de BTC é muito maior que a do ouro, avaliou.
1. Whenever physical is revalued to a big multiple of oil, energy prices in fiat will skyrocket, sending gold far higher on fiat
2. When energy prices in fiat skyrocket, the price of BTC will also skyrocket in fiat
And the stock to flow ratio of BTC is way higher than gold
— Luke Gromen (@LukeGromen) June 14, 2025
Indagado sobre a relação entre o petróleo e o Bitcoin, ele observou que o aumento da commodity é um gatilho de alta da inflação. O que pode frear a emissão de títulos pelos governos para limitar a emissão de papel-moeda e, consequentemente, a inflação. Em direção oposta, ele acredita que o Fed pode ser forçado a comprar títulos para evitar que os investidores exijam rendimentos mais altos para os empréstimos e causem um colapso na economia. Esse eventual movimento do banco central dos Estados Unidos, segundo ele, pode criar um ambiente favorável ao Bitcoin.
O aumento dos preços da energia além de um certo ponto quebrará os títulos. Quando isso acontecer, ou dinheiro terá que ser impresso para limitar os rendimentos e manter a solvência do governo, ou a dívida soberana será nominalmente reestruturada. Ativos sem contrapartes devem ter desempenho superior (ouro, BTC), explicou.
Gromen disse ainda que a alta do custo energético também pode favorecer o BTC:
A eletricidade é usada para dar suporte ao BTC e seu preço é muito real, o suficiente para abastecer grande parte do continente americano, justificou.
Enquanto o Bitcoin não dispara, os investidores estão de olho nas seis criptomoedas com risco queda por despejo das baleias nas exchanges, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.