Após recuar para US$ 99 mil com o ataque do Irã a base dos EUA no Qatar, o preço do Bitcoin mostrou uma recuperação impressionante e voltou para US$ 105 mil.
No entanto, para o analista da CryptoQuant, Axel Adler Jr, isso ainda não é um sinal de otimismo e a tendência atual é de queda, a não ser que o BTC rompa com US$ 109 mil.
Segundo ele, o suporte está em US$ 101,8 mil e US$ 100 mil, e uma nova quebra abaixo desse nível psicológico intensificará a pressão do vendedor e pode levar a uma correção adicional para US$ 95 mil–US$ 97 mil.
Ele também aponta que na última semana, o momentum de 30 dias do Bitcoin caiu de 1,7% para -6,7%, indicando o domínio da pressão de baixa. O pico de momentum para 31% no início do período foi relacionado à tentativa de retestar a máxima histórica (ATH), mas a correção de preço se seguiu, e o momentum entrou em território negativo.
Agora, segundo ele, o indicador está fixo em -6,7%, significativamente abaixo da média de longo prazo (+10%), confirmando a mudança de tom do mercado de “altista” para “baixista” na perspectiva de curto prazo
“O momentum abaixo de zero (-6,7%) confirma o controle do vendedor e alta probabilidade de mais movimento descendente ou ação lateral. Zona abaixo de zero percebida como “banda de baixa”: o preço provavelmente permanecerá na faixa de US$ 100 mil a US$ 104 mil até que apareça um catalisador de alta significativo”, disse..
Análise do mercado de opções
Olhando para o mercado de opções, Adler destaca que a demanda ativa está concentrada acima do nível de Max Pain (US$ 100 mil), com os maiores interesses em aberto nos preços de exercício. Desse modo, isso indica uma mudança acentuada de interesses em direção à proteção ascendente, com expectativa de crescimento contínuo.
Já as opções de venda (barras vermelhas), estão concentradas em strikes OTM profundos: após US$ 55 mil, os volumes de venda diminuem suavemente para 90 milhões a US$ 60 mil e caem ainda mais para níveis relativamente insignificantes próximos a US$ 100 mil.
O analista também destaca que a Max Pain caiu de US$ 106 mil para US$ 100 mil, indicando rebalanceamento de interesses em direção a strikes mais baixos. Além disso, os volumes nos preços mais altos (US$ 130 mil a US$ 145 mil) cresceram significativamente (+4 a 6 milhões por preço) em comparação à semana passada. A faixa intermediária de US$ 110 mil a US$ 125 mil também apresentou crescimento moderado (+1 a 2 milhões).
No caso do Put, as maiores posições na faixa baixa (US$ 30 mil a US$ 45 mil) permaneceram praticamente inalteradas, enquanto os volumes de Put perto de US$ 60 mil a US$ 80 mil diminuíram ligeiramente (5 a 10 milhões).
“Se o preço se mantiver acima de US$ 100 mil e os volumes de chamadas continuarem crescendo, os principais alvos serão os níveis de US$ 105 mil a US$ 108 mil. No entanto, caso haja um rompimento de US$ 100 mil com volumes crescentes de Put na zona de US$ 95 mil a US$ 98 mil pode retornar o preço para a área abaixo de US$ 95 mil, onde a principal proteção de baixa está focada”, afirma.
Análise de dados da rede Bitcoin
Olhando para os dados on-chain da blockchain do Bitcoin, ele aponta um declínio da taxa de hash (-6,6%) que não é crítico, mas a recuperação da capacidade deve ser monitorada.
A queda acentuada nos endereços ativos (−11,8%) e nos volumes de transferência (−11,5%) indica uma posição de espera pela maioria dos usuários. Além disso, a queda de preço (−2,72%) e a capitalização (−3,10%) refletem a reação do mercado ao desenvolvimento contínuo do conflito entre Israel e Irã, incluindo o envolvimento militar direto dos EUA.
Outra métrica analisada por ele, é o Índice de Volatilidade que suaviza os picos diários de volatilidade, mostrando um nível médio de turbulência ao longo de um mês. As leituras atuais caíram para as mínimas de maio de 2016.
O Índice de Volatilidade é um indicador composto de “volatilidade” para o mercado de Bitcoin, calculado como a soma ponderada de três sinais normalizados:
20% – desvio padrão do preço relativo (volatilidade histórica de 10 dias)
30% – relação entre entrada/saída de câmbio diária
50% – proporção de volumes de compra e venda em bolsas
Cada componente é normalizado para [0–100] pelo seu mínimo/máximo histórico e depois somado.
“A queda do índice de volatilidade da média móvel de 30 dias para mínimas de 9 anos indica estabilização das flutuações de preços intradiárias. Nessas fases, os mercados geralmente observam níveis reduzidos de pânico de venda. Essencialmente, a consolidação da volatilidade cria a base para o próximo movimento”, disse.
Bitcoin Garman-Klass percebeu a volatilidade
Segundo o analista, a volatilidade realizada em todos os prazos (de 1 semana a 1 ano) tem diminuído consistentemente nos últimos dois anos. Além disso, o lançamento de ETFs à vista dos EUA no início de 2024 fortaleceu essa tendência
Para ele, os ciclos tornaram-se mais ordenados, atraindo investidores de longo prazo
No entanto, Adler destaca que há um crescimento da centralização, já que 216 entidades centralizadas controlam 6.145.207 BTC (30,9% do fornecimento circulante)
Distribuição por categorias:
Trocas : 3.015.676 BTC (101 entidades)
ETF/Fundos : 1.340.863 BTC (27 entidades)
Empresas públicas : 765.300 BTC (40 entidades)
Empresas privadas : 527.730 BTC (9 entidades)
Contratos DeFi : 285.292 BTC (26 entidades)
Governos : 210.346 BTC (12 entidades)
Segundo ele, o mercado está passando por uma transformação estrutural, impulsionado por capital de longo prazo e reservas estratégicas. Embora as principais participações permaneçam concentradas nas mãos dos primeiros adotantes, a aprovação do bitcoin como ativo soberano dos EUA catalisou a renovação da confiança institucional.
“A concentração observada de quase um terço de toda a oferta de bitcoin nas mãos de grandes instituições ressalta o papel sistêmico do capital profissional: elas não apenas acumulam o ativo, mas também definem o tom da liquidez, reduzindo os picos de volatilidade”, afirma.
Indicação do analista: mantenha uma posição neutra
Desse modo, Adler aponta que a combinação de sinais – redução da taxa de hash, declínio da atividade on-chain, escalada geopolítica e compressão da volatilidade – indica uma probabilidade maior de testar o suporte-chave de US$ 100 mil, com potenciais rompimentos para US$ 98 mil – US$ 95 mil .
“Uma recuperação significativa só é possível com um retorno do preço acima de US$ 105 mil – US$ 108 mil e uma reversão do momentum para território positivo. Por enquanto, o cenário base permanece com uma correção lateral na faixa de US$ 100 mil – US$ 104 mil. Recomendações de investimento: MANTER (Neutro)”, finaliza..
