A correção em curso pode levar o preço do Bitcoin de volta aos US$ 90.000 em junho, mas não invalida a macrotendência de alta do mercado de criptomoedas, afirma Arthur Driessen, analista da Crypto Investidor.
O Bitcoin quebrou uma sequência de sete semanas consecutivas de alta ao fechar o domingo, 1º de junho, cotado a US$ 105.642. Apesar da queda de 3% na última semana, o preço do Bitcoin (BTC) registrou o maior fechamento mensal de sua história.
Além disso, fechou acima do suporte crítico de US$ 104.450 – a região do antigo recorde histórico registrado em dezembro de 2024. Muitos analistas apontaram a importância de fechar a semana acima deste nível para evitar quedas abaixo de US$ 100.000 no curto prazo.
O gatilho para a queda recente foi o retorno dos ruídos na relação comercial entre os Estados Unidos e a China, como destacou a QR Asset Management em seu boletim semanal de mercado:
“Em um tom mais agressivo, Trump acusou a China de violar acordos comerciais e ameaçou novas medidas retaliatórias. A sinalização não pegou bem, e somou-se ao ruído que já vem se acumulando em torno de sua guerra tarifária, criando mais um vetor de incerteza para os ativos de risco.”
Na sexta-feira, 30 de junho, o ETF spot de Bitcoin da BlackRock registrou o maior saque de fundos em um único dia em sua história – US$ 430,8 milhões.
Em seu boletim diário de análise de mercado, Orlando Telles destacou que os dados on-chain confirmam uma redução na demanda de investidores institucionais e o início do processo de realização parcial de lucros por parte dos investidores de longo prazo:
“Carteiras que possuem Bitcoin entre um e cinco anos estão começando a vender suas posições de forma similar ao que foi testemunhado em março e novembro de 2024, quando tivemos topos locais no mercado.”
Com isso, o analista não descarta a possibilidade de que o Bitcoin esteja entrando em um período de correção mais profunda, assim como ocorreu após a máxima histórica registrada em janeiro deste ano.
Análise de preço do Bitcoin
Em análise exclusiva para o Cointelegraph Brasil, Arthur Driessen destacou a luta dos touros para manter o preço do Bitcoin acima dos US$ 104.450. Uma quebra nesse nível “pode desencadear uma correção maior, com o Bitcoin voltando a testar sua região de suporte na faixa de US$ 92.000 a US$ 90.000.”
Ainda que isso possa acontecer, a tendência é que, no médio prazo, o Bitcoin volte a dar sequência à onda 3, buscando alvos de alta na faixa entre US$ 200.000 e US$ 350.000, conforme o gráfico abaixo.
Em contrapartida, a manutenção do suporte na região dos US$ 100.00 pode impulsionar o preço do Bitcoin aos US$ 150.000 em um curto período de tempo, pondera Driessen
Essa tese ganha força à medida que o Índice de Força do Dólar (DXY) transforma o suporte na região dos 100 pontos em resistência, acrescenta o analista:
“O DXY tem seu alvo na região de 95,6, onde finalizará um grande movimento ABC de correção (em azul no gráfico abaixo).”
A indecisão momentânea na ação de preço do Bitcoin pode ser atribuída à sobreposição de duas divergências em seu gráfico semanal, observa Driessen:
“O Bitcoin apresenta uma Divergência Bearish no gráfico semanal desde março de 2024, assim como uma divergência Hidden Bullish desde agosto de 2024 O rompimento do topo anterior do RSI (índice de força relativa) na região dos 67 pontos invalidará a divergência bearish, resultando em um movimento explosivo de alta no preço do Bitcoin, conforme o gráfico abaixo.”
Uma Divergência Bearish ocorre quando o preço do ativo faz topos mais altos, mas indicadores como o RSI ou MACD fazem topos mais baixos. Isso sinaliza possível enfraquecimento da tendência de alta e indica chance de reversão para queda.
Já uma Divergência Hidden Bullish se configura quando o preço faz fundos mais altos, mas o indicador faz fundos mais baixos. Nesse caso, a tendência de alta costuma prevalecer, o que indica continuação do movimento de alta.
Em um cenário menos provável, a invalidação da divergência hidden bullish se confirmaria caso o Bitcoin quebre o fundo local de US$ 74.500, registrado em abril deste ano. “Isso desencadearia uma grande correção, sinalizando o possível início de um novo mercado de baixa”, conclui o analista.
Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, o preço do Bitcoin formou um padrão de bandeira de baixa no gráfico de quatro horas que tem como próximo alvo de baixa os US$ 97.000.